Patrícia Rehder Galvão, Pagu, é a autora homenageada da Festa Literária Internacional de Paraty 2023 – FLIP – que acontece entre os dias 22 a 26 de novembro. Fernanda Bastos, jornalista gaúcha e editora de livros, e Milena Britto, professora da UFBA, são as curadoras da nova edição.

Como biógrafa e profunda conhecedora da vida e da obra de Pagu, a escritora, educadora e psicóloga Lúcia Teixeira, com três livros publicados sobre ela, está muito feliz com a escolha: “Jornalista, mulher precursora, musa modernista do Movimento Antropofágico, militante política, incentivadora cultural, moderna e pós-moderna em sua obra e vida, Pagu sempre esteve à frente de seu tempo. Portanto, nada mais justo do que relembrá-la e universalizar sua produção e importância para a cultura brasileira na FLIP”.

Os anos passam, mas Pagu continua sempre atual com seus escritos e legados de uma vida à frente do seu tempo e suas lutas em defesa da liberdade. Para Lúcia, pesquisar e escrever sobre Pagu foi uma forma de fazer justiça: “Eu quis revelar suas lutas pela liberdade, contra a violência, seu apoio à cultura e seu lado humano. Foi uma mulher que não teve medo de rever posições durante as várias fases de sua vida e mostrou a importância de se resistir. Essa disposição é fundamental para esses tempos atuais, em que muitas vezes precisamos buscar forças internas para não esmorecer. Ela foi uma jornalista documentando fatos e deixando pistas de seu trabalho. O seu exemplo de solidariedade também é importante nesse momento, em que precisamos tanto de esperança. E ela ainda tem muito a nos dizer”.

Trilogia Pagu

Lúcia Teixeira selecionou todo material de pesquisa recolhido desde 1988, quando iniciou a publicação de seus livros sobre o tema, e montou em Santos o Centro Pagu Unisanta, com mais de três mil documentos (cartas inéditas, inclusive), fotos e objetos de Patrícia e do período em que ela viveu, até falecer em Santos, em 1962.

A Trilogia Pagu compreende três obras:

“Viva Pagu – Fotobiografia de Patrícia Galvão”, de Lúcia Maria Teixeira e Geraldo Galvão Ferraz, coedição da Imprensa Oficial do Estado e da Editora Unisanta, retraça a rica trajetória da mulher libertária a partir de amplo material iconográfico e muitos documentos inéditos. É o documento mais completo sobre Pagu.

“Croquis de Pagu e outros momentos felizes que foram devorados reunidos” apresenta desenhos inéditos e outros que ela dedicou à Tarsila do Amaral, no “Álbum de Pagu, nascimento, vida, paixão e morte”.

“Pagu – Patrícia Galvão: livre na imaginação, no espaço e no tempo” (1999), pela Editora Unisanta. Trata-se de uma pesquisa de fôlego, enriquecida com fotos e precioso material histórico, contextuando diferentes momentos histórico, cultural, econômico e político nos quais se distinguiu Pagu.

Pagu nasceu dia 9 de junho de 1910, em São João da Boa Vista, e faleceu em Santos, no dia 12 de dezembro de 1962.