Pagu nas artes sonoras – escolas de samba, blocos e músicas
Em 2000 Rita Lee lança no seu álbum intitulado 3001, PAGU, uma música quase tão irreverente quanto a musa, cuja letra, que segue aqui copiada remonta à mulher Pagu politica dos palanques, feminista antes de seu tempo-
Essa música que faz parte das seis músicas feministas de Rita Lee, fez tremendo sucesso e ainda faz, porque o mito PAGU está mais vivo do que nunca, tanto que a música foi regravada em vários discos de Rita Lee, e apresentada em palco diversas vezes por artistas da importância de Zélia Duncan, que a cantou em show ao lado de Rita Lee e Maria Rita.
Segue abaixo a letra completa:
Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão
Hum! Hum!
Eu sou pau pra toda obra
Deus dá asas à minha cobra
Hum! Hum! Hum! Hum!
Minha força não é bruta
Não sou freira, nem sou puta
Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem
Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem
Ratatá! Ratatá! Ratatá!
Taratá! Taratá!
Sou rainha do meu tanque
Sou Pagu indignada no palanque
Hanhan! Ah! Hanran!
Fama de porra louca, tudo bem!
Minha mãe é Maria ninguém
Hanhan! Ah! Hanran!
Não sou atriz, modelo, dançarina
Meu buraco é mais em cima
Porque nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem
Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem
Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem
Ratatá! Ratatatá
Hiii! Ratatá
Taratá! Taratá!
Compositores: Rita Lee Jones Carvalho / Zelia Cristina Goncalves Moreira
Rita Lee
Data de lançamento- 2000 pela MTV no álbum 3001
Pagu – Rita Lee
Pagu – Maria Rita
Além dessas gravações, Rita Lee regravou várias vezes a música, em vários álbuns, como em Cobra Venenosa e Cor de Rosa Choque, cuja capa e link reproduzimos a seguir:
Homenagem Escola de Samba X9, em Santos
Pagu foi samba enredo pela Escola de Samba X9, em Santos, no ano de 2006. Desenvolvido pelo carnavalesco Renato Di Renzo, na época, professor da Faculdade de Artes e Comunicação da UNISANTA, o enredo teve como base a biografia de Pagu, escrita por Lúcia Maria Teixeira, e mostrou o período glamouroso em que Patrícia Galvão surge no Modernismo, por intermédio do escritor Oswald de Andrade e da artista plástica Tarsila do Amaral. Tarsila e Oswald formavam o casal mais badalado e admirado da alta sociedade paulistana e orientaram a carreira de Pagu. Nesse período, Oswald vive um caso de amor com Pagu e deixa Tarsila.
A escola também levou para avenida a Pagu como introdutora da soja no Brasil, sua militância política (foi a primeira mulher presa no Brasil por motivos políticos, na greve dos estivadores, em Santos), sua contribuição ao teatro amador, além de citar o Bar Regina, que Pagu freqüentava, reduto de intelectuais e da boemia santista nos anos 50.
Bloco Pagu faz carnaval de rua empoderado no Centro de São Paulo
“O Pagu é um dos blocos paulistanos que aposta na união e na resistência feminina. Leva às ruas da capital paulista uma coleção de músicas que se tornaram famosas pela interpretação de mulheres e conta com o apoio de 80 percussionistas . Para a trilha sonora deste ano de 2018 dos foliões foram escolhidos os clássicos eternizados por Marina Lima, Gal Costa, Elba Ramalho, Tetê Espíndola, Rita Lee e até Madonna”, é definido nas palavras de Thereza Menezes, sua fundadora.
O bloco aceita a participação de homens e traz uma figura estilizada de Pagu como seu logo.